Mais uma fase do processo do Sínodo Especial para a Amazônia será concluído na próxima semana. De 11 a 18 de fevereiro, em Brasília/DF, assessores da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e membros do Conselho Sinodal estarão reunidos para fazer a síntese do material produzido durante os eventos de escuta.
Desde o segundo semestre de 2018, foram cerca de 80 eventos promovidos e apoiados pela REPAM-Brasil entre assembleias territoriais e rodas de conversas. “Isso nunca aconteceu de forma tão intensa e de forma tão numerosa”, avalia o cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo/SP e presidente da REPAM.
Nestes eventos realizados em toda a Amazônia Legal, foi possível a membros e lideranças de comunidades, paróquias, tribos indígenas, categorias de trabalhadores, pastorais e movimentos sociais estudar o documento preparatório do Sínodo e responder ao questionário proposto à luz do tema sinodal “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Nestes momentos de escuta foi possível ao Povo de Deus apresentar suas angústias, desafios e perspectivas.
A partir da síntese, o processo continua com o envio de todo o material à Secretaria do Sínodo, em Roma, por dois caminhos, como explica dom Cláudio:
“Há o canal dos bispos, que é fundamental, ou seja, cada bispo em sua diocese é convidado a fazer essa consulta na sua diocese. E eles recolhem esse material, fazem a síntese e levam através da Conferência Episcopal para a Secretaria Geral, em Roma. Mas existe outro caminho, que é a REPAM, que Roma mesmo quis. A Secretaria Geral para o Sínodo, ouvindo o papa, pediu para que a REPAM fizesse esse trabalho e tentasse movimentar de fato esse processo de preparação”.
“E nós nos empenhamos muito nisso. E acabou sendo um enorme número de assembleias, encontros com indígenas, com gente simples da Amazônia profunda, nas cidades”, recorda com Cláudio.
As atividades na próxima semana serão divididas em três etapas, iniciando com a síntese do material do Brasil, de 11 a 13 de fevereiro. Na sequência, a síntese das escutas de toda a Pan-Amazônia seguida do trabalho com os “expertos”, os especialistas convidados para colaborar no processo sinodal..
Após a chegada do material sintetizado à Secretaria do Sínodo, haverá, nos próximos meses, uma reunião do Conselho Sinodal com a preparação do Instrumentum Laboris, o instrumento de trabalho que será objeto de debates durante a assembleia sinodal, em outubro.