A Assembleia Mundial pela Amazônia será realizada virtualmente nos dias 18 e 19 de julho. Desde o dia 16 serão realizados webinars para contextualizar e discutir as campanhas que se pretende construir em conjunto. Com o objetivo de pensar ações contra o etnocídio, o ecocídio e o extrativismo na Amazônia que se agrava com a pandemia da covid-19, movimentos, coletivos, redes, ativistas e organizações de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, caboclos, marrons, campesinos, artistas, religiosos, defensores da natureza, comunicadores, acadêmicos, mulheres, jovens e moradores das cidades amazônicas convocam a . Já são mais de atividade 300 organizações de diferentes países do mundo inscritas para participar.
Igreja aliada aos povos amazônicos
No Sínodo para a Amazônia, a Igreja Católica se comprometeu a ser aliada dos povos amazônicos, especialmente dos povos indígenas. Como resultado desta aliança, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, através de seu secretário executivo, Mauricio López, fez um convite para participar da Assembleia Mundial pela Amazônia. Ele definiu a situação atual como “um momento crucial na história, estamos enfrentando uma situação sem precedentes, esta pandemia nos colocou em uma situação de vulnerabilidade que nunca havíamos experimentado antes”. O que estamos vivendo, segundo Maurício, “põe a nu e revela todas as situações de exclusão, desigualdade e injustiça que temos vivido, especialmente nos povos originários e comunidades da Amazônia”.
Para uma Igreja que é aliada dos povos amazônicos, “é impossível não levantar a voz diante desta situação, onde estes territórios contribuíram para o suposto desenvolvimento de nossas sociedades e de nossos países, e vivem uma situação da magnitude que estamos vivendo agora”, insiste o secretário executivo da REPAM. De fato, como mostram os dados coletados pela própria REPAM, “estamos chegando a cerca de 600.000 pessoas infectadas e perto de 20.000 mortos, com mais de 170 povos originários afetados por esta pandemia”, afirma Mauricio López.
Momento de somar forças
Por esta razão, Mauricio não duvida em afirmar que “este é um momento para somar forças, como Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, queremos subscrever esta iniciativa, unir-nos aos irmãos e irmãs indígenas da COICA, ao Fórum Social Pan-Amazônico – FOSPA, e a todos aqueles que se unem a este chamado para levantar a voz, para buscar caminhos juntos e, sobretudo, para fazer propostas para um futuro possível”.
As palavras do Secretário Executivo da REPAM são um eco do que foi afirmado pelo Papa Francisco no Sínodo para a Amazônia, onde “ele nos convidou firmemente a buscar alternativas e formas que possam libertar a Amazônia de todos os males que a afetam”.
Os sonhos do Papa Francisco
Mauricio recorda em sua mensagem os quatro sonhos contidos na exortação pós-sinodal, Querida Amazônia. Em primeiro lugar, ele fala de “um sonho social, em defesa dos direitos dos povos originários, de seus territórios, de sua identidade”. Além disso, “um sonho cultural, em profundo respeito por suas culturas, sua história, suas visões de mundo, para um intercâmbio que nos enriqueça mutuamente e que permita ao mundo ter essa diversidade, essa pluriformidade que o enriquece.
Um terceiro sonho, ao qual Mauricio Lopez se refere, é o “sonho ecológico, que é ser capaz de proteger a vida, a beleza, o mistério da Amazônia, que é a fonte da vida para o mundo”. Finalmente, ele fala de “um sonho eclesial, com uma Igreja muito mais encarnada, que pode acompanhar e viver nesta realidade, para dar novas perspectivas para o futuro junto com todos aqueles que ali vivem”.
Unir-se a Assembleia
Movida por tudo isso, a REPAM afirma que “este é um momento em que defendemos a vida, na chave da justiça, do Reino, do Evangelho para a Igreja”, convidando a todos e pedindo aos membros da REPAM que se juntem a esta Assembléia Mundial pela Amazônia nos dias 18 e 19 de julho.
Trata-se de “marcar, da mesma forma que esta pandemia está marcando um antes e um depois, poder marcar também, juntos e juntas, um antes e um depois na resposta para defender a vida, para defender o futuro, para acompanhar os povos e comunidades mais ameaçados neste território”, enfatiza Mauricio López. Sem dúvida, esta é uma nova oportunidade para continuar avançando na construção de um futuro melhor para a Amazônia e seus povos.