A primeira turma do curso “Guardiões Ambientais Ribeirinhos” iniciou a formação no último final de semana (17 e 18). O grupo de mais de 30 pessoas, entre elas entre jovens, lideranças ribeirinhas, professores, pesquisadores, universitários, estagiários, educadores populares e agentes pastorais, esteve reunido no primeiro módulo, que teve como tema a “Ecologia Integral: Cuidando da Casa Comum e do Bem viver”. Entre as atividades, partilhas de experiências, descobertas e trocas de saberes, foram realizadas em Furo dos Chagas, bem na foz do Rio Amazonas, entre o Pará e o Amapá.
Nos dois dias de formação, os participantes tiveram uma ambientação de profunda escuta mútua, de mergulho na mística amazônica, formações em vista do enfrentamento da realidade socioambiental e seus desafios e, especialmente, a motivação apaixonada e empoderada para seguir em frente na caminhada cotidiana. Por meio de uma metodologia participativa e que se enraíza na cultura popular, a palavra-chave do final de semana foi envolvimento.
André Neto, de 17 anos, jovem da comunidade São Sebastião do Rio Corredor participou com entusiasmo do primeiro módulo de formação dos Guardiões. Segundo ele, o curso foi uma oportunidade de aprender nas partilhas e formações melhores práticas para cuidar do meio ambiente, destacando as ações coletivas. “Mas se cada um fizer a sua parte o mundo será um pouco melhor”, concluiu o jovem.
Adalberto Ribeiro, professor da UNIFAP, contribuiu na formação dos Guardiões Ambientais Ribeirinhos e destacou a metodologia do encontro com algo importante. “A parte metodológica permitiu o envolvimento de todos os atores, inclusive com a participação de anciãos das comunidades que vieram dar uma enorme contribuição, contando suas trajetórias históricas na Amazônia, e revelando como aquelas comunidades se configuraram no decorrer desse tempo”, pontou o professor.
Benedito de Queiroz Alcântara, membro da REPAM-Brasil e um dos organizadores do curso, disse estar muito agradecido com o processo do projeto. “Uma gratidão sem limites a quem acreditou e incentivou, apoiando e aportando para que mais um sonho esteja sendo realizado por gente simples”, afirmou. Segundo ele são projetos pequenos, em lugares pouco conhecidos que podem gerar transformação. E acrescentou: “As grandes causas do planeta sendo assumidas na pequenez teimosa de nosso povo ribeirinho que vive entre o Pará e o Amapá”.
O curso segue até dezembro, com um encontro mensal e atividades entre os módulos. Ao final do itinerário formativo, os participantes receberão certificado da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Além da UNIFAP e da REPAM-Brasil, participam do projeto o Instituto Educacional Amapá Pará (IEAP), o Fórum Social Panamazônico (FOSPA-AP), a Comissão Justiça e Paz (CJP-Diocese de Macapá), a Universidade Estadual do Amapá (UEAP), a Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes das Ilhas, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR – AFUÁ).
Com informações de Benedito de Queiroz Alcântara