Foto: Guilherme Cavalli
Foi anunciado na manhã desta sexta-feira, em Roma, a publicação da Exortação Apostólica Pós-Sinodal. O Documento elaborado pelo próprio Papa Francisco é fruto das reflexões realizadas no Sínodo para a Amazônia, que ocorreu em outubro do ano passado. A Exortação estará pública nos canais do Vaticano e também da REPAM-Brasil na próxima quarta-feira, dia 12 de fevereiro.
Para Dom Neri José Tondelo, bispo de Juína no Mato Grosso, a expectativa é de que a exortação traga muita coragem e entusiasmo. “Esperamos que essa Exortação nos traga coragem, entusiasmo, iluminações muito práticas para a ação pastoral e para a evangelização de todos os que habitam esta “Casa Comum” que é a Amazônia”, destacou o bispo.
Para a jovem acreana Thalita Vasconcelos, membro da Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude pelo regional Noroeste, a exortação não é a conclusão de um ciclo, mas a sinalização de novas pistas concretas para a Amazônia. “A expectativa é que a Exortação continue dando sinais concretos de defesa da Amazônia , de defesa da “Casa Comum” e possa realmente mobilizar e motivar não só as pessoas que vivem na Amazônia, mas todas as pessoas do planeta, da Igreja, da sociedade para continuar defendendo, cuidando e zelando por esse lugar, por esse espaço”, observou a jovem.
De acordo com o comunicado da sala de imprensa do vaticano, o título da exortação é “Querida amazonia”. Para pe Dário Bossi, assessor da REPAM-Brasil e que também participou do Sínodo para a Amazônia como padre sinodal, com o nome do Documento o papa Francisco mais uma vez surpreende a todos. “Um título que surpreende, que trata a Amazônia como sujeito, assim como a Laudato Si’, a terra que é chamada de irmã e mãe. Hoje a Amazônia é um sujeito com o qual Francisco iniciou a conversar desde o período de preparação ao Sínodo, dois anos antes da Assembleia Sinodal e, agora, ele se refere a ela, do novo, querendo quase que tocar com a mão e encontrar e reavivar na fé e na defesa da mãe terra todos os povos, todas as pessoas da Amazônia”, pontuou Pe. Dário.
Para a ecóloga Ima Vieira, que é membro da Comissão Nacional para o Meio Ambiente/CONAMA e foi uma das peritas do sínodo, o adjetivo Querida no título é o reconhecimento da importância da Amazônia para toda a humanidade. “O Sínodo para a Amazônia nos mostrou que o novo caminho para a Igreja é ‘amazonizar’. E ‘amazonizar’ é amar, esperançar”, afirmou Ima Vieira. Para ela, com a Exortação, o papa ‘amazonizou’ o coração da Igreja. “Ele deixou-se ‘amazonizar pelo texto base do Sínodo e deve trazer muitas das propostas do Documento Final”, afirmou a ecóloga.
De acordo com o vaticano, O documento será disponibilizado nos canais de comunicação da Igreja na próxima quarta-feira, as 8h da manhã, no horário de Brasília. Haverá uma coletiva de imprensa para sua divulgação com a presença do Cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo, o cardeal Michael Cznren, que atuou como um dos secretários especiais do Sínodo, a Irmã Augusta Oliveira , madre geral das irmãs servas maria reparadoras e do professor Carlos Nobre, cientista brasileiro, que participou como convidado especial do sínodo.