Na Amazônia, tem muitos lugares onde a vida religiosa feminina é a única presença como agentes de pastoral. Elas são pau para toda obra, “assumindo os diferentes ministérios nas comunidades”, segundo Dom Adolfo Zon, bispo da Diocese do Alto Solimões.
Um exemplo disso acontece em Santa Rita do Well, distrito de São Paulo de Olivença, na Diocese do Alto Solimões. A comunidade, situada na beira do Solimões, inaugurava no último sábado, 3 de julho, sua Unidade Básica de Saúde, com o nome de Marlene Aparício Tavares, a primeira enfermeira que trabalhou em Santa Rita.
A Unidade Básica de Saúde, uma construção abandonada há 4 anos, representa um serviço importante. Não podemos esquecer as dificuldades que vive o povo do interior diante da falta de serviços básicos de saúde, algo que agora deve ser revertido em Santa Rita do Well, onde o povo vai contar inclusive com tratamento odontológico.
Na inauguração teve um momento de espiritualidade, onde a irmã Odete Christ, missionária da Imaculada (Pime), foi convidada em representação da Igreja católica. A religiosa, que insiste em que os bens públicos não são da Prefeitura ou do Estado, mas da comunidade que tem a responsabilidade de zelar por eles e não a depredar, destacou que “uma inauguração de uma UBS não pode ser feita sem a presença do médico, enfermeiros, agentes de saúde e todos que estão a serviço dos doentes”.
Partindo do texto de Mateus 4,23-25, em que Jesus curava todas as pessoas sem fazer distinção e de qualquer região, a religiosa insistiu em que “todos estavam convidados a seguir os passos de Jesus, acolher a todos com amor, respeito, e se solidarizando com as situações mais variadas”. As salas foram abençoadas com água benta, e foi rezado pedindo “a ajuda de Deus no trabalho árduo que é a saúde e também os abençoasse”, segundo a religiosa.
A irmã Odete diz tem sentido “a presença de Deus nos acompanhando naquele momento solene”. As religiosas do Pime, presentes na comunidade de Santa Rita do Well, acompanham as comunidades vizinhas, participando do trabalho de formação dos indígenas do povo Tikuna e Kokama.
Seu trabalho e a celebração do sábado 3 de julho, é mais um exemplo do trabalho missionário da Vida Religiosa feminina na Amazônia. Elas são muitas vezes a única presença eclesial continua nas comunidades mais distantes, fazendo assim realidade o pedido do Sínodo para a Amazônia, de ser uma Igreja de presença e não só de visita.
Fonte: Luis Miguel Modino/ Comunicação CNBB Norte 1