Por Rosa M. Martins
REPAM-Brasil
A expressão é da presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional), Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, mad, que, presente no IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, em Santarém, nos últimos dias 6 a 9 de junho, falou sobre o lugar que a Vida Consagrada ocupa na Igreja e na história da Amazônia. “Temos a alegria em dizer que a Vida Religiosa sempre esteve presente no chão amazônico. Aqui chegaram muitas congregações masculinas e feminina”, afirmou.
De maneira particular, a vida religiosa feminina tem sido protagonista no serviço missionário, segundo Irmã Inês. Elas marcam presença nas comunidades mais desprovidas de formação, de recursos, nos serviços pastorais, na saúde “Tenho escutado os bispos, os leigos relatarem essa presença muito encarnada das Irmãs. A vida religiosa chega junto aos mais necessitados, mais carentes, mais sofridos, chega à alma do povo, porque é próprio da mulher dar vida e cuidar da vida e isso está dentro de nos.”
A Vida Religiosa na Igreja e no Documento de Santarém
Irmã Maria Inês louvou a participação dos religiosos e religiosas, leigos e leigas no IV Encontro de 2022, comparando com o Encontro de 1972 no qual o registro fotográfico mostra a presença de uma religiosa ao menos. “Temos presença de religiosos, religiosas, leigos e leigas, mas temos um caminho muito longo a fazer como por exemplo, uma encarnação maior na realidade.
A chaga do clericalismo
Irmã Marinês chamou a atenção para o clericalismo presente na Igreja e parafraseou o Papa Francisco que o denominou como uma ‘chaga que mancha a Igreja’. “As decisões ainda estão muito concentradas nas mãos dos padres e dos bispos enquanto os religiosos, religiosas, leigos e leigas teem um protagonismo marcante, mas não participam da maneira que esperávamos. Este encontro nos assegura a necessidade de darmos passos na sinodalidade, no trabalho conjunto de fato, para que sejamos uma Igreja no rosto, no gosto evangélico, na pregação e no pontificado do Papa Francisco”, enfatizou.
“Saiamos da nossa zona de conforto. A Vida Consagrada só se realiza lá onde a vida clama
A presidente nacional da CRB fez um apelo à Vida Consagrada para que ouça o apelo do Papa Francisco à saída rumo ao serviço missionário e frisou que a saúde e a realização dos consagrados e consagradas está no serviço missionário, na saída das zonas de conforto. “Acomodar-nos nos leva a adoecer, a vivermos uma fraternidade muito sofrida, porque estamos muito concentradas nos nossos conventos, em nossas comunidades. Temos que nos abrir porque a Vida Religiosa é para ser doada. Quando nos concentramos nos nossos ambientes, vamos nos prejudicar e perder a identidade da Vida Consagrada. Não tenhamos medo de sair. É o convite do Papa Francisco, da Igreja. Saiamos da nossa zona de conforto. A Vida Consagrada só se realiza lá onde a vida clama”, concluiu.
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