Por Rosa M. Martins
REPAM-Brasil
O X Fórum Social Pan-Amazônico, que teve início na tarde desta quinta, 28 de julho e segue até o domingo, 31 acontece em Belém, nas dependências da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Na tenda Tapiri se realizam debates de cunho ecumênico e de diálogo inter-religioso a partir de suas relações com o cuidado da Casa Comum, da Amazônia, seus povos e sua floresta.
Para padre Dário Bossi, missionário comboniano, assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) e membro da Igreja e Mineração, a Amazônia está em perigo, e o planeta vive um momento extremamente delicado e o Papa Francisco é a voz que ajuda a Igreja entender essa realidade a partir das provocações contidas na Laudato Sì. “Ou quebramos ou reatamos uma relação completa, vida plena como diz o evangelho e é bonito ver que essa vida plena não é só uma intuição da Igreja e do Evangelho mais vem dessa pluralidade de vozes, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gente que vem de todas as partes da Pan-Amazônia, de outros países com experiências religiosas diferentes”.
Bossi acrescentou, ainda, que a tenda ecumênica e de diálogo inter-religioso, Tapiri, assim como todas as outras, têm como objetivo resgatar a vida e enraizar de novo a nossa história ancestral e o vínculo profundo com a natureza.
De acordo com o secretário adjunto da Rede Eclesial Panamazonica (REPAM), Rodrigo Fadul, compõem o X FOSPA todos os países Pan-Amazônicos de articulação da REPAM nos territórios. “Isso nos faz ser uma Rede plural diversa que surge na Igreja Católica e dialoga com outros movimentos, outras organizações ecumênicas, inter-religiosas, com associações e organizações indígenas”, explica.
Segundo Fadul, a Rede participa de mesas de debates para buscar caminhos novos de luta e resistência.
Liderança religiosa de matriz africana, natural de Belém, PA, Natasha é enfática e categórica ao afirmar que o racismo mata e é preciso falar disso todos os dias pois ele está impregnado no nosso cotidiano. “Racismo estrutural e racismo religioso, que culmina em assassinato de nossas lideranças, na invasão de nossos solos sagrados, na abordagem truculenta não só da polícia, mas da sociedade que está ensandecida por um Deus do ódio que não é o nosso Deus. Esse evento é importante para chamar atenção das autoridades do mundo para as nossas causas”, afirmou.
O Tapiri Ecumênico tem como organizadores a Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, Fórum Ecumênico ACT Brasil – FEACT, Processo de Articulação e Diálogo – PAD, CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, Conselho de Missão entre Povos Indígenas – COMIN, Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Comitê Inter-religioso do Estado do Pará, Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira – CENARAB, Comitê Dorothy, Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs – CAIC, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Igreja de Confissão Luterana – Belém, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Belém, Koinonia Presença Ecumênica, Rede Eclesial Pan- Amazônica – REPAM, Rede Igreja e Mineração, Rede Amazonizar com apoio da Fundação Ford.