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A ecologia integral proposta pelo papa Francisco e as reflexões relacionadas ao Sínodo para a Amazônia também devem chegar ao ambiente universitário. A parceria construída pelas Comissões Episcopais para a Cultura e a Educação e para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB deu novos passos no encontro realizado nesta quinta-feira, 22, em Brasília/DF. As entidades que compõem o Grupo de Trabalho Universidades e Amazônia receberam representantes de Instituições de Ensino Superior/IES católicas para apresentar o projeto de incidência das pautas amazônicas e socioambientais no meio acadêmico.

O projeto inspirado nas preocupações ambientais que o papa Francisco apresentou na encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da Casa Comum, relaciona as ações em busca da aplicação do documento no ambiente educativo do país com a dinamização deste mesmo texto nas comunidades amazônicas. Para chegar ao ambiente universitário, os idealizadores se aproximaram dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas/ONU a serem implementados por todos os países do mundo até 2030.

Padre Danilo Pinto | Foto: REPAM/Luiz Lopes Jr.

Neste caso do projeto do GT Universidades e Amazônia, são propostos – para o período de 2019 a 2029 – objetivos e metas para aplicação na formação da comunidade universitária e no comprometimento com a Igreja na Amazônia, através da responsabilidade social com o bioma amazônico. O histórico da articulação e esta proposta do GT foram apresentados pelo assessor do Setor Universidades da CNBB, padre Danilo Pinto dos Santos.

Na sequência, o presidente da Comissão para a Amazônia, cardeal Cláudio Hummes, ressaltou a proposta sinodal da Igreja, de escutar e caminhar em conjunto, mesmo nas diferenças. Ele reforçou o surgimento do “novo sujeito eclesial”, que é a Pan-Amazônia, neste contexto do Sínodo convocado pelo papa Francisco para a região, o qual oferecerá um plano missionário e pastoral próprio para as dioceses nestes nove países.

Cardeal Cláudio Hummes e irmã Irene Lopes | Foto: REPAM/Luiz Lopes Jr.

Cardeal Cláudio Hummes destacou que o projeto apresentado às IES não são um pedido, mas “uma grande oportunidade para as universidades católicas terem um novo campo, alguma coisa que os fascine”. Para ele, as IES terão muito resultado na medida em que se empenharem nessa grande proposta de “salvarmos nossa casa comum e dar à Igreja novos caminhos da sua presença na Amazônia”.

O presidente da Comissão para a Amazônia, que também está à frente da REPAM, provocou os participantes do encontro a pensarem em iniciativas que fomentem a capacidade dos povos amazônicos a serem sujeitos de suas próprias histórias, “sem colonialismos”, além de “buscar novos modelos de desenvolvimento, de manejo da floresta e da água, e novos caminhos para defender o meio ambiente”. O cardeal Hummes também ressaltou que as universidades podem contribuir para a fundamentação teórica para as ações da Igreja neste contexto.

Após as motivações do presidente da REPAM, o professor Humberto Silvano Contreras, da faculdade Padre João Bagozzi, em Curitiba/PR, que é o responsável pela metodologia do projeto, apresentou a primeira proposta aos representantes das IES e recolheu as reações ao texto.

Professor Humberto, à esquerda | Foto: REPAM/Luiz Lopes Jr.

“A gente fica muito feliz porque foi uma oportunidade poder ouvir as demais universidades, faculdades e centros universitários sobre o que eles pensam sobre esta movimentação que a Igreja vem fazendo preocupada com as questões da ecologia integral, da casa comum. Eu penso que esse espaço de construção coletiva garante que esta produção, para que esta agenda seja aceita e acolhida por mais pessoas quando ela for lançada”, avaliou

Em sua primeira versão, a Agenda Universidades e Amazônia está estruturada em seis dimensões: ensino, pesquisa, comunidade, pastoral, professores e colaboradores e extensão. Estes eixos receberam sugestões de reorganização a partir das realidades das instituições de ensino superior e das propostas de ações em cada campo. As contribuições serão sintetizadas e encaminhadas para apreciação na sequência, com previsão ainda para este ano.

O GT Universidades e Amazônia está composto atualmente pela Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, por meio do Setor Universidades; a Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB; a REPAM-Brasil; a Anec; e o Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida/OLMA.

Foram as IES presentes neste encontro: o Centro Universitário Salesiano de São Paulo; as Pontifícias Universidades Católicas de Goiás/PUC-GO, do Rio de Janeiro/PUC-Rio e do Rio Grande do Sul/PUC-RS; a Faculdade Salesiana dom Bosco de Manaus/AM; a União Brasiliense de Educação e Cultura/UBEC; e a Faculdade Padre João Bagozzi de Curitiba/PR.

 

Confira mais fotos deste encontro.

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