O Grupo de Trabalho de Comunicação da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil esteve reunido neste final de semana, nos dias 8 e 10 de fevereiro, para construir o Plano de Comunicação Institucional/Organizacional da Rede e preparar um encontro de formação para multiplicadores de comunicação, marcado para o mês de março.

“A proposta do encontro, da nossa reunião foi pensar, articular e promover um momento de estudo sobre a realidade de comunicação da REPAM e de que forma um plano, uma estrutura, um planejamento de comunicação pode contribuir com os processos de comunicação institucionais da REPAM e também dos comitês locais e das redes das quais a gente faz parte na Amazônia como um todo”, explicou o consultor de comunicação da REPAM-Brasil, Paulo Henrique Martins, que assessorou o encontro.

O processo de construção do plano estratégico de comunicação da REPAM-Brasil foi iniciado ainda em 2016, quando foi idealizado um projeto de comunicação em parceria com a Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Irmãs Paulinas), que disponibilizou irmã Osnilda Lima para a coordenação do trabalho na Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB e na REPAM-Brasil, dentro do eixo Comunicação para a Transformação Social.

Mais recentemente, o trabalho foi retomado com a constituição do GT de Comunicação, que, ao longo de 2018, realizou reuniões virtuais para refletir e discutir a construção do plano e a preparação da formação de multiplicadores. Durante a reunião, o grupo pôde sistematizar o que foi debatido ao longo do tempo e estruturar as ideias de forma concreta dentro do plano, “traçando objetivos, com cronogramas, pensando a visão de comunicação da REPAM e com clareza da realidade, a partir de um diagnóstico que a gente conseguiu mapear com os olhares diversos dos participantes que estiveram conosco”, comenta Paulo Martins.

O documento elaborado pelo grupo será apresentado à diretoria da REPAM-Brasil e será norteador do processo de formação e articulação de comunicadores locais em toda a Amazônia Legal, que compreende seis regionais da CNBB, os quais enviarão até quatro representantes cada para a formação nos dias 22 a 24 de março, em Brasília.

“Esse trabalho vem sendo desenvolvido já há bastante tempo, porque é uma necessidade da Igreja na Amazônia de se articular enquanto comunicação. E nós sabemos que pelas distâncias e pela dificuldade de internet ou outros meios de comunicação, isso se torna muitas vezes até inviável para o nosso trabalho evangelizador”, analisa irmã Irene Lopes dos Santos, diretora executiva da REPAM-Brasil. De acordo com a religiosa, o trabalho de articulação na Rede deve ajudar a somar forças com o que já existe na Amazônia, “mas também pensar de que forma que as pessoas que estão lá podem ser mais empoderadas naquilo que elas fazem e realizam no processo de comunicação de suas Igrejas locais”.

O encontro também contou com a participação da coordenadora de articulação da REPAM, irmã Fabiana Alves, e da analista de projetos sociais, Arlete Gomes. Junto com irmã Irene, auxiliaram no marco situacional da REPAM, indicando urgências, prioridades e perspectivas de trabalho que devem perpassar o planejamento de comunicação.

Fazem parte do GT de Comunicação da REPAM: Joelma Viana, gestora da Rede de Notícias da Amazônia; Celton Ramos, articulador do eixo comunicação do Comitê da REPAM de Roraima; Paulo Henrique Santiago, membro do Teias da Comunicação da Pastoral da Juventude; padre Edinaldo Rodrigues Pereira, coordenador da Pastoral da Comunicação da diocese de Imperatriz/MA; Idayane Ferreira, do coletivo de comunicação da Rede Justiça nos Trilhos; Luiz Lopes Jr, assessor de Imprensa da REPAM-Brasil; e Paulo Martins.

 

 

A reunião foi bem positiva, a gente deu conta de concluir esta pauta de pensar o plano, de sistematizar o que já vinha sendo feito de discussão e de pensar o encontro com comunicadores locais já nessa perspectiva de gerar uma multiplicação do conteúdo e do plano desenhado. – Paulo Henrique Martins

 

Eu faço uma avaliação muito positiva deste momento que nós tivemos de encontro, de troca de experiencias e de construir juntos. Então, quando a gente pensa em comunicação, a gente fala muito de conjunto, de trabalho partilhado, ninguém pensa a comunicação sozinho, a gente faz em parceria. Então, quando a gente começa a construir um trabalho em conjunto, em parceria, a gente vislumbra que esse trabalho vai realmente surtir efeito, vai dar certo, e é isso que a gente espera futuramente, que a gente possa fazer de fato uma comunicação em prol dos povos da Amazônia, verdadeiramente cristã, em favor da justiça e dos Direitos Humanos. – Joelma Viana

 

O encontro foi bastante positivo, no sentido dessa troca de experiência de várias realidades, de vários comunicadores que vieram de vários lugares, de vários chãos da Amazônia para poder partilhar. E isso fortalece mais o nosso plano de comunicação que a REPAM está propondo, porque com base nas realidades o plano fica mais consistente e a comunicação fica mais fácil. Devido à Amazônia ter geograficamente uma dimensão muito grande, a gente precisa desse plano como algo consistente para que a comunicação chegue aonde tem que chegar. Pessoalmente, para mim, do estado de Roraima, onde estamos vivendo uma crise humanitária muito grande, na questão da entrada de muitos venezuelanos, a REPAM vai ter um papel fundamental nesse processo. Com a ajuda da REPAM, com o apoio dos comunicadores, com certeza a gente vai conseguir fazer um trabalho mais interligado, em rede, como é a proposta do nosso plano. – Celton Ramos

 

Eu avalio como positivo o encontro. É necessário que haja um plano de comunicação, um plano estratégico, até mesmo para um bom encaminhamento da REPAM fazendo essa rede de comunicação, tanto ela interna, como externa, as parcerias e tudo mais. Também nesse encontro foi conversado sobre que tipo de comunicação nós queremos e uma delas é a comunicação profética. Mais do que nunca é necessário esse plano para que realmente a gente, à luz da Palavra de Deus, à luz da Laudato Si’ do papa Francisco, nesse apelo, dar voz aos nossos irmãos. E, para chegar aos nossos irmãos que não tem vez nem voz é necessário ter uma boa comunicação. E uma boa comunicação precisa desse planejamento estratégico. Estamos aqui com esta equipe e eu avalio como positivo também o apoio da coordenação a esse eixo da comunicação. – Padre Edinaldo Pereira

 

Eu muito importante a mobilização da REPAM e a forma como ela é pensada, uma comunicação alternativa, comunitária, popular. É a comunicação que os povos e as comunidades da Amazônia já desenvolvem e sabem desenvolver como nenhuma outra parte do Brasil, pelas necessidades, pela distância e pelo seu próprio ritmo de vida. Para o encontro de março, a gente espera receber essa galera dos regionais da Amazônia Legal para que a gente consiga construir uma rede que fomente ainda mais essa preparação para o Sínodo e que, após o sínodo a gente possa permanecer nesta rede e mostrar de canto a canto da Amazônia, de Norte a Sul do Brasil, o que é produzido, o que os povos gritam, quais são as suas necessidades, quais são os seus clamores e que a Igreja esteja mais atenta a eles. – Paulo Santiago

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