A 7ª Marcha das Margaridas, em Brasília (DF), terminou na manhã desta quarta-feira (16) com uma série de propostas anunciadas pelo governo Lula, em resposta à pauta entregue pelas mulheres em junho. Com a participação de mais de 100 mil mulheres do campo e da cidade, a Marcha contou com a presença de lideranças femininas da Amazônia e de colaboradoras da secretaria executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil).
O evento aconteceu entre os dias 15 e 16 de agosto e teve como lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”. Com suas bandeiras, chapéus de palha, faixas, com seus cantos, batuques e toda a garra e energia, as Margaridas percorreram um trajeto de aproximadamente 6 quilômetros, na luta pela reconstrução do Brasil e por uma sociedade do bem viver.
Além da marcha, a programação contou com a Mostra Nacional da Produção das Margaridas, troca de sementes, oficinas, painéis e diversas atividades políticas e culturais. As caravanas de mulheres começaram a chegar à Brasília na madrugada de terça-feira (15), com concentração no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde ocorreram as atividades.
Entre as reinvindicações apresentadas pelas mulheres, estavam: a ampliação da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital.
A Marcha
A iniciativa é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), pelas Federações e Sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras. O evento ocorre a cada quatro anos e é considerado a maior ação política de mulheres da América Latina com protagonismo das mulheres do campo, da floresta e das águas.
A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.
Margarida se tornou um símbolo nacional de força e coragem para as mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. E, deste então, a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
Homenagem
Na terça-feira (15), o Senado federal aprovou o Projeto de Lei nº 63/2018, que inscreve o nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De autoria da deputada Maria do Rosário (PT/RS), a matéria segue agora para sanção presidencial.
Apoio
Presente à Marcha, a REPAM-Brasil chamou atenção para a Campanha Amazônia sem Fome, iniciativa que busca mobilizar a sociedade brasileira, especialmente os católicos e católicas, para refletir sobre a realidade de fome e insegurança alimentar na Amazônia legal, e pressionar os governos para a efetivação de políticas públicas eficazes de soberania e segurança alimentar.
Participaram do evento, a analista de projetos Jéssica Castro, a articuladora territorial Dorismeire Vasconcelos e a analista de comunicação, Ana Caroline Lira.
Comunicação REPAM-Brasi