Mostra realizada na Universidade de Brasília acontece até 17 de novembro e apresenta peças de mulheres do MAB que denunciam as violações de direitos praticadas nos territórios atingidos por barragens e pelas mudanças climáticas
O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, em parceria com a Universidade de Brasília – UNB, lançaram nesta terça-feira (17) a Exposição Cultural “Atingidas Costurando Direitos”. A mostra acontece no Campus Darcy Ribeiro (ICC Norte – Ceubinho) – até o dia 17 de novembro. A programação também inclui oficinas e atividades culturais que têm a proposta de apresentar o histórico de violações de direitos das mulheres atingidas.
Ao todo, a exposição reunirá 20 das cerca de 200 peças do acervo do MAB produzidas por mais de mil mulheres das 5 regiões do país com a técnica de bordado chamada arpillera, representando a luta e as experiências de populações atingidas, incluindo comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas, trabalhadoras da cidade e do campo.
As peças buscam possibilitar o contato do público com a dimensão humana dos conflitos gerados pela construção e operação de barragens no Brasil, revelando as diversas violações de direitos humanos praticadas nesses territórios.
Segundo Daiane Höhn, integrante da coordenação nacional do MAB, através das arpilleras, “as mulheres costuram direitos e reivindicações, tecendo, por meio da juta, da agulha e da linha, questões sobre as políticas de desenvolvimento existentes no país na área da energia, água, mineração e privatizações”. A coordenadora explica que, desta forma, elas denunciam os ataques contra a Amazônia, a situação de insegurança gerada pelas barragens, pelo modelo energético, pelos crimes e desastres ambientais, pela exploração infantil e vulnerabilidade das mulheres e pelas mudanças climáticas, que deixam os territórios ainda mais vulneráveis aos problemas sociais e ambientais já presentes.
O que são as Arpilleras?
Arpillera (juta, em espanhol) é uma técnica originária do Chile, na qual se costuram retalhos de tecido sobre um suporte em juta. Naquele país, as mulheres utilizaram essa ferramenta, especialmente entre as décadas de 70 e 90, para denunciar as atrocidades cometidas pela ditadura de Augusto Pinochet.
Através das arpilleras, as mulheres chilenas conseguiram fortalecer um movimento de resistência e dar visibilidade nacional e internacional sobre a situação de violência no país durante o período da ditadura, que fez milhares de vítimas no país.
“É com esse propósito político que mulheres atingidas por barragens no Brasil resgataram a técnica nos espaços de formação do MAB, visando denunciar violações ambientais, sociais e culturais que as atingem em consequência do modelo energético atualmente adotado no país. As arpilleras trazem o testemunho da dor, mas também da esperança, força e justeza da organização e da luta que une mulheres atingidas de todo o país sob uma só bandeira: a do Movimento dos Atingidos por Barragens”, afirma Daiane.
Programação
17 de outubro a 20 de outubro
17/10 – Ato de abertura da exposição, 18h. Local: Campus Darcy Ribeiro, ICC Norte – Ceubinho
18/10 – Seminário Nacional: “Costurando Direitos: Os impactos das barragens e mudanças climáticas na vida das mulheres atingidas– Realidade e perspectivas”, 09h às 16h. Local: Auditório do Programa de Pós-graduação em História, ICC Norte, subsolo, módulo 24
18/10- Ato político em memória a Flávia Ambos, Débora Moraes, Nicinha, Dilma Ferreira e Berta Cárceres, 16h às 18h30. Local: Auditório do Programa de Pós-graduação em História, ICC Norte, subsolo, módulo 24
19/10 – Aberto ao público
20/10 – Visita Guiada e Oficina Têxtil Local. Local: Módulo 24, do ICC Norte sala 01 – Turno: Manhã
23 de outubro a 27 de outubro
23/10 – Aberto ao público
24/10 – Exibição do filme: “Arpilleras: Atingidas por barragens bordando a resistência”, 19h. Local: Auditório do Cerrado, CDS
23/10 – Aberto ao público
24/10 – Exibição do filme: “Arpilleras: Atingidas por barragens bordando a resistência”, 19h. Local: Auditório do Cerrado CDS
25/10 – Visita Guiada e Oficina Têxtil. Local: Módulo 24, do ICC Norte sala 01 – Turno: Manhã e tarde.
26/10 – Aberto ao público.
27/10 – Aberto ao público
30 de outubro a 03 de novembro
30/10 – Jornada de Extensão e Pesquisa Universitária: UnB e os Atingidos e Atingidas do Brasil. A realidade dos Atingidos e Atingidas por Barragens, 10h às 12h. Local: Auditório do Programa de Pós-graduação em História, ICC Norte, subsolo, módulo 24
30/10 – Exibição do filme “Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência”, 19h. Local: Auditório do Programa de Pós-graduação em História, ICC Norte, subsolo, módulo 24
31/10 – Jornada de Extensão e Pesquisa Universitária: UnB e os Atingidos e Atingidas do Brasil. A expressão artística através das Arpilleras e a contribuição da universidade, 10h às 12h. Local: Auditório do Programa de Pós-graduação em História, ICC Norte, subsolo, módulo 24
01/11 – Visita Guiada e Oficina Têxtil. Local: Módulo 24, do ICC Norte sala 01 – Turno: Manhã e tarde
01/11 – Exibição do filme: “Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência”, 19h. Local: a confirmar, veja em @atingidosporbarragens
02/11 – Feriado (fechado)
03/11 – Fechado
05 de novembro a 10 de novembro
05/11 a 07/11 – Jornada Nacional de lutas – O Brasil Atingido, a extensão universitária e as trocas de saberes para o avanço da garantia de direitos das populações atingidas: Atingidas costurando direitos. Local: Ginásio Nilson Nelson
06/11 – Aberto ao público
07/11 – Aberto ao público
08/11 – Visita Guiada e Oficina Têxtil. As visitas guiadas ocorrerão no local da exposição. Sobre as oficinas, local a confirmar, veja em @atingidosporbarragens
09/11 – Aberto ao público
10/11 – Aberto ao público
13 de novembro a 17 de novembro
13/11 – Aberto ao público
14/11 – Aberto ao público
15/11 – Fechado (feriado)
16/11 – Aberto ao público
17/11 – Desmontagem
*REPAM-Brasil com informações do MAB