Notícia

A Economia de Comunhão, em parceria com o Sistema B Brasil, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), o Comitê REPAM Santarém e Óbidos, a Rede Amazonizar e a Iniciativa Interreligiosa pelas Florestas Tropicais (IRI), realizaram na última semana o “Momentos de Banzeiros, Escuta e Ação: Justiça Climática, Fé e Negócios”. 

Momento banzeiro na Amazônia

A canoa vai de proa e de proa eu chego lá. Rema, meu mano, rema, meu mano rema, rema que o sol na brenha se que se deita. Rema, meu mano rema, meu mano rema, que a canoa vai de proa e de proa eu chego lá. (Ruy Barata)

Banzeiro é a agitação dos movimentos das águas, é como nós povos amazônicos chamamos a força dos rios que deixa o barco à deriva ou as ondas causadas pela pororoca, força naturais, que batem com força quando chegam as margens, ou seja, um movimento vivo e inquieto provocado pelos intensos e difíceis ventos do tempo e dos tempos vivenciados.

É assim que nesse mês de outubro foi realizado,  no chão sagrado de Manaus, Santarém e Óbidos, “Momentos de Banzeiros, Escuta e Ação: Justiça Climática , Fé e Negócios”  Espaço de Diálogo desafiador junto do momento em que estamos vivendo com  as comunidades de fé, povos,  comunidades científicas, grupos socioambientais, escolas e universidades, setores empresariais e religiosos, mulheres e juventudes refletindo as questões sociais e éticas que estão por trás das mudanças climáticas, as desigualdades sociais geradas pelo sistema econômico vigente, e algumas comunidades de fé que não atuam na sua potencialidade máxima, enquanto agentes de transformação.

Esses encontros foram uma iniciativa do movimento Economia de Comunhão, em aliança com o Sistema B Brasil e conta com a correalização das Redes:  REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica), Rede Amazonizar e da Iniciativa Interreligiosa pelas Florestas Tropicais (IRI) e apoio da Porticus junto a Amazônia Brasileira.

O objetivo dos eventos realizados era ouvir diversas vozes e apresentar as experiências e as propostas de diferentes organizações religiosas, socioambientais e experiências alternativas e empresas que estão comprometidas com a agenda da sustentabilidade, com o enfrentamento das mudanças climáticas. Estimulou a escuta ativa, o compartilhamento de ideias e a construção de parcerias para possíveis ações conjuntas na restauração de ecossistemas e, a partir da dimensão econômica – dos negócios com propósitos, poder contribuir na promoção de vida digna e em abundância para todos e todas.

O Banzeiro foi estruturado em duas frentes – ESCUTAR os vários saberes e IMPULSIONAR propostas criativas geradoras de mudanças e de novas realidades. Assim promover que as discussões globais da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima de 2023 (COP 28) escute e adentre a rotina e contexto das nossas cidades e comunidades amazônicas.

Nos dias 5 e 6 de outubro realizou-se Banzeiro em Manaus com a participação de 53 pessoas. Houve a escuta das percepções das lideranças sobre o ponto de intersecção entre economia, fé e justiça climática, além da exposição de iniciativas, relatos e realizações, denominadas painéis vivos  que são inspirações ao público presente  que se é possível começar  a ação do cuidado da casa comum fazendo primeiramente o necessários , depois o possível e logo estaremos realizando o impossível em nosso meio.

“Muita gente pequena em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas mudarão a face da Terra.”  

Apoiaram e participaram desse 1º momento de Banzeiro a Associação Wainakana Ayukarana, Movimento Focolares, Rede Eclesial Pan Amazônica – Brasil (REPAM), iniciativa Inter- Religiosa pelas Florestas Tropicais (IRI), Associação Indígena Kokama Uirapuru, União dos Povos Indígena Coari, Comunidade Indígena Parque das Tribos e Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro.

E nos dias 8 a 12/10 a equipe do projeto Amazônia Viva da Economia de Comunhão (edc) e do Núcleo de Diálogo Ecuménico e Interreligioso da REPAM e o Comitê REPAM de Óbidos (REPAM- Brasil) visitaram Óbidos/PA realizando várias atividades:

  • Curso sobre florescimento humano e e empreendedorismo às “Divas da Compostagem”, grupo de mulheres da periferia da cidade de Óbidos que trabalham num projeto coletivo de bioeconomia (em aliança com a Secretária de Meio Ambiente da Prefeitura de Óbidos) e apoio Comitê REPAM de Óbidos com a participação de 32 mulheres;
  • Encontro com os membros do Comitê REPAM Óbidos para estabelecer sinergias no futuro em vista de um projeto com a juventude (formação em florescimento humano integral para as lideranças das PJ da Diocese).
  •  Apresentação do Movimento Internacional Economia de Comunhão por uma economia mais fraterna, justa e regenerativa ao público de Óbidos constituído de representantes de povos tradicionais e da agricultura familiar, empresários, jovens e ativistas sociais, gerando mais conexões para futuras ações conjuntas em prol do cuidado da Casa Comum, firmando o “Bem Viver” com a participação de 14 pessoas.

No dia 14 de outubro, em Santarém, realizou-se o 2º Momentos de Banzeiros, Escuta e Ação: Justiça Climática, Fé e Negócios” Espaço de Diálogo numa ação conjunta e em parceria com organizações locais: Movimento Político pela Unidade (MPPU), Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA), Universidade Federal Oeste do Pará (UFOPA), por meio do curso de Geologia (IEG), Comitê REPAM Santarém (REPAM-Brasil), Núcleo de Diálogo Ecumênico e Inter -Religioso da Rede Eclesial Pan Amazônica (REPAM).

Foi refletido da importância de cada um na Natureza e as consequências das mudanças climáticas no território. Reuniu  lideranças de comunidades indígenas  e  de comunidades tradicionais, especialistas e  a sociedade organizada local, juntos definiram demandas da região e possíveis propostas e pontos convergentes que faça  tomar uma decisão para desenvolver ações no território de forma harmonioso permitindo o “Bem Viver” para todos e todas, foi considerando um mini COP local na perspectiva das comunidades trazerem suas demandas, criticas e apontarem soluções para mitigação das consequências da crise climáticas que enfrentamos , denunciaram as poluições dos rios em várias regiões do oeste do Pará por garimpos , a falta de água devido a seca e o fenômeno de terra caídas.

Os momentos de Banzeiros em Manaus, Óbidos, Santarém  realizados em uma grande rede de sinodalidade , comunhão participação e missão entre Economia de Comunhão, Sistema B Brasil REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica), Rede Amazonizar e da Iniciativa Interreligiosa pelas Florestas Tropicais (IRI) e apoio da Porticus proporcionou tercemos nesses dias  fios  que fomentaram a espiritualidade inculturada, com práticas ancestrais, culturais,  pastorais  e alternativas  em diálogo  e respeito com as cultura dos povos originários e comunidades tradicionais respeitando e valorizando suas narrativas  e costumes, fortalecendo o diálogo ecumênico e interreligioso, intercultural na promoção da Ecologia integral e o cuidado da Casa Comum e promovendo a participação, engajamento e incidência de nós , amazônidas, nas discussões globais da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima de 2023 (COP 28) com nossas próprias narrativas.

Confira nas imagens:

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