Na manhã desta quinta-feira, 13 de janeiro, aconteceu o encontro do Papa Francisco com a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O episcopado brasileiro foi representado pelos dois vice-presidentes da entidade, Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima (RR).
O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, que ficou no Brasil acompanhando as vítimas das enchentes, e que deve chegar em no próximo domingo, 16 de janeiro, e o secretário geral, Dom Joel Portella Amado, que na semana passada testou positivo para a Covid-19 e não viajou, não participaram do encontro com o Santo Padre.
Após o encontro no Vaticano os dois vice-presidentes da CNBB foram entrevistados pelo diretor da edição portuguesa de Rádio Vaticano – Vatican News, Silvonei José. Na conversa com o jornalista, os prelados partilharam o encontro que poucos minutos atrás tinha acontecido com o Papa Francisco.
Dom Jaime Spengler definiu o encontro como “muito fraterno, muito simples”, afirmando que o motivo do encontro é a visita que usualmente a presidência da Conferência faz ao Santo Padre todos os anos. Já Dom Mário Antônio, salientou que “o Papa Francisco, primeiramente nos deixou muito a vontade, e até que pediu que a gente falasse com espontaneidade”.
Segundo o bispo de Roraima, “comentamos com ele a realidade do nosso Brasil, da nossa Conferência, o momento que vive o Brasil nessa questão da pandemia nesses dois últimos anos, e esperanças que nos motivam a ir adiante”. Dom Mário Antônio destacou que “ele sempre nos dizia, vai em frente”. Também foi oportunidade para o bispo falar ao Papa Francisco “da nossa Amazônia, sobretudo agradecer a exortação pós sinodal Querida Amazônia, e outros desdobramentos que o Papa Francisco tem colaborado para a Igreja na Amazônia e também no Brasil e no mundo”.
O segundo vice-presidente da CNBB destacou como algo que ficou bastante forte para eles, foi que “ele nos olhava a sempre nos fez entender a necessidade de ternura e proximidade, neste tempo de retomada e também de superação da pandemia”. O bispo de Roraima insistiu na “proximidade com o nosso povo, nas comunidades, proximidade com as pessoas e famílias que sofrem como luto ou com a doença”. Para Dom Mário Antônio, “como Igreja devemos passar a ternura e o carinho que sentiram no Papa Francisco a todas as pessoas”.
O Papa está muito consciente “daquilo que vivemos, daquilo que fazemos no Brasil”, segundo Dom Jaime Spengler. No encontro foi partilhado o vivido na 58ª Assembleia Geral da CNBB e o que se espera da próxima, que será feita em duas modalidades online e presencial, se o vírus o permitir, em duas etapas, comentando a agenda mais importante, que seria “a aprovação do documento sobre a Palavra de Deus na vida das comunidades e a votação sobre a tradução do Missal que virá”, afirmou o primeiro vice-presidente da CNBB.
Também foi partilhado sobre os desafios do Colégio Pio Brasileiro, em Roma, principalmente o baixo número de estudantes, que segundo Dom Jaime Spengler “precisamos incrementar este número”, os 15 anos da Assembleia de Aparecida, cujas comemorações terão início em maio. Nesse momento, o Papa insistiu em que “ainda precisamos avançar respeito daquilo que o documento indicou”. Um momento muito intenso e fraterno, segundo o arcebispo, em que o Papa Francisco tentou sempre “nos impulsionar”. Dom Jaime destacou do Papa as seguintes palavras: “avancem, coragem, vamos em frente, oração, juntos, comunhão, fraternidade”.
Dom Mário Antônio da Silva insistiu em que “o Papa Francisco é um homem que tem esperança, e na medida em que ele confia nas pessoas, confia na Igreja, ele é um homem que abre caminhos pela sua criatividade. Ora pela palavra e ora pelo gesto e pelo silêncio”. Para o segundo vice-presidente da CNBB, o encontro “nos dá esperança de poder contar com a presença do Papa Francisco até mesmo na Amazônia”.
O Papa, como é costume, pediu à Igreja do Brasil que reze por ele, segundo Dom Mário Antônio, que afirmou que “a gente sabe que ele reza muito pela nossa Igreja, no Brasil, na Amazônia, e é um homem que fala ao coração”, algo que o bispo de Roraima pede ao Espírito Santo, “que tenhamos essa capacidade de falar ao coração das pessoas neste ano de 2022”.
Ao comentar sobre o momento económico, político, social do Brasil, Dom Jaime Spengler afirmou que o Papa Francisco “aponta para aquilo que Fratelli tutti propõe para as nossas comunidades”. Diante de um momento desafiador, “que exigirá de nós prudência, discernimento, oração, capacidade de diálogo”, o arcebispo de Porto Alegre chamou a “construir pontes”.
Dom Mário Antônio também destacou dentro da conversa com o Papa Francisco “a questão ecológica, olhando para a Amazônia e também para todo o mundo”. Essa questão ecológica é, segundo o bispo de Roraima, um desdobramento de Aparecida, “que depois o Papa Francisco retrata de maneira contundente, clara, na Laudato Si, na chamada para a conversão ecológica, e que todos, mulheres e homens abracemos de maneira corajosa a ecologia integral”.
Com informações de Luis Miguel Modino/ Comunicação CNBB N1
Á ígreja meu incentivo á continuidade d luta em favor da humanidade e de cada ser m sua individualidade, com a liderança deste santo homem o Papa FRANCISCO.