Notícia

O encontro da REPAM Juventude foi realizado em Boa Vista/RR e contou com a presença de mais de 60 jovens e assessores de diversas organizações e movimentos juvenis.

Por Diego Aguiar – Articulação REPAM

De 5 a 7 de agosto foi realizado o Encontro de Jovens da REPAM em Boa Vista/RR (Brasil), com o tema: “Ecologia Integral, Sinodalidade e Juventude”. E o lema: “Lutamos por terra, teto e trabalho na Amazônia: com ternura, teimosia e transformação!”. A equipe coordenadora do Núcleo Juventude e Amazônia da REPAM colaborou com a construção metodológica e assessoria do encontro.

A atividade contou com a participação de mais de 60 jovens e assessores de diferentes organizações e movimentos: Pastoral da Juventude – PJ da Diocese de Roraima, Grupo de Leigos Maristas, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Federação dos Trabalhadores Rurais e Camponeses e Familiares Agricultores do Estado de Roraima – FETRAFERR, Levante Popular da Juventude, Comunidade San Ignacio – Lethem/Guiana, representantes do Vicariato Apostólico de Caroní – Venezuela, Juventude Indígena de Roraima, Diretório Central de Estudantes – UFRR, Juventude do Partido dos Trabalhadores, Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus e Rede Unida das Migrações no Brasil.

O encontro teve como objetivo retomar a articulação dos diferentes grupos de jovens em redes, bem como oferecer um itinerário formativo que contemplasse a análise das realidades juvenis, o aprofundamento da Carta Encíclica Laudato Sì’, do Documento Final do Sínodo para a Amazônia e a Exortação Apostólica Querida Amazônia e o intercâmbio de experiências e atividades de jovens ligados à Ecologia Integral. A atividade contou com o apoio da REPAM-Brasil e do Instituto Agostín Castejon.

Foto: Arquivos REPAM

Rede

O encontro começou com uma dança Parixara, organizada pela juventude indígena. Houve continuidade com uma mística ligada à comunhão da terra e a soma dos quintais, ou seja, a identificação de que a soma das boas ações que os jovens podem realizar de seus grupos e movimentos para cuidar e proteger a Mãe Terra . Isso demonstra a importância de avançar e fortalecer o networking.

O Irmão Marista Danilo Correia destaca que:

Foi muito bom sentir o bater do coração de tantos jovens da Amazônia, que lutam, que resistem, que se articulam na defesa e promoção da vida.”

Segundo ele, o encontro foi muito bom para que os jovens “se organizassem melhor, se articulassem internamente e se articulassem com jovens de outros países vizinhos, como Guiana e Venezuela”.

O segundo dia do encontro foi dedicado à construção de um mapa pan-amazônico das realidades da juventude. Os próprios jovens apontaram no mapa onde vivem, quais ações realizam, as belezas e ameaças de seus territórios e quais são os rostos dos jovens que vivem e convivem na Amazônia. A dinâmica da construção coletiva os fez conhecer além de suas realidades, promovendo a integração e viabilização da soma de forças. Pouco depois, foram apresentados o REPAM e o Núcleo Juventude e Amazônia.

Após as atividades do dia, os participantes se dividiram em sete grupos para explorar sete palavras-chave da Encíclica Laudato Si’. Essa metodologia permitiu uma maior compreensão da mensagem do Papa Francisco sobre o cuidado da Casa Comum e sobre como cada jovem pode contribuir para que suas lutas possam enriquecer experiências que melhorem sua qualidade de vida e a das gerações futuras. No final da tarde, foi compartilhado todo o caminho desde o Sínodo para a Amazônia. Como atividade prática em quatro pequenos grupos, os jovens apontaram quais ações se comprometeriam a realizar para realizar os sonhos: Social, Cultural, Ecológico e Eclesial, proposto pelo Papa Francisco em Querida Amazônia.

Segundo a jovem indígena Jama Wapichana, conhecer a Laudato Si’ “nos faz andar de mãos dadas, com efeito, porque nos chama a atenção para o cuidado de nós mesmos e do território, o espaço onde vivemos e do qual fazemos parte .” Sobre o Sínodo para a Amazônia, Jama destaca que este evento e suas consequências fazem com que as pessoas “conheçam, reconheçam, convivam e defendam os jovens que vivem e resistem no território amazônico”.

Andar juntos

No terceiro dia do encontro, os jovens se dividiram em grupos para apontar o que precisa ser fortalecido junto com o que já existe em cada instituição e movimento e o que pode ser avançado no fortalecimento da articulação da rede com a juventude de Roraima e outros países (Guiana e Venezuela). Uma das principais indicações foi a multiplicação de espaços de formação em REPAM, Ecologia Integral junto com as bases e a incorporação de diferentes grupos de jovens à Rede.

O jovem Elton Carvalho, coordenador do Levante Popular da Juventude em Boa Vista/RR, destaca que “é muito importante que o REPAM exista”. Segundo ele:

A articulação em rede que reúne a diversidade de jovens possibilita que movimentos e organizações juvenis saiam de suas bolhas e trabalhem juntos atentos à Amazônia e aos desafios socioambientais”.

A rede juvenil da Diocese de Roraima tem buscado maior interação com jovens de outros países que fazem fronteira com o Brasil e a Diocese: Venezuela e Guiana. Destaca-se a presença no encontro de uma equipe do Vicariato Apostólico de Caroní – Venezuela, juntamente com Dom Gonzalo Ontiveros, e representantes da Comunidade San Ignacio – Lethem/Guiana.

Segundo Dom Gonzalo Ontiveros, a atividade representa “o encontro de diferentes culturas, diferentes etnias, onde reconhecemos a importância de caminharmos juntos com atenção especial aos mais vulneráveis ​​e aos jovens”. Menciona também que a mensagem da Laudato Si’ nos aponta “a necessidade de lutar para resolver as dificuldades do território amazônico, fortalecer o cuidado da Casa Comum e ser cada vez mais uma Igreja sinodal”.

O Núcleo Juventude e Amazônia visa contribuir para a articulação da juventude da região Pan-Amazônica para os objetivos de trabalho da REPAM, socializando conteúdos e experiências relacionadas à Ecologia Integral. Uma das principais ações do Núcleo tem sido apoiar processos de formação que aproximem os jovens da Laudato Si’, do dinamismo da REPAM e do processo de implementação do Sínodo para a Amazônia em suas realidades.

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