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CONSER Norte 3 se reúne com destaque de pauta para processo de escuta para Assembleia Eclesial para a Igreja na América Latina e Caribe, processo de reconhecimento do martírio Padre Josimo Morais Tavares e possível criação da Diocese de Araguaína.

Nos dias 9 e 10 de junho os bispos do Regional Norte 3 se reuniram, presencialmente, na sede do Regional, na Arquidiocese de Palmas.

Durante os dois dias de reunião, os bispos trataram de extensa pauta com assuntos importantes para a Igreja no regional. Na pauta, a partilha da vida, da pastoral e da situação econômica de cada Igreja particular durante a pandemia, bem como os caminhos encontrados para dinamizar a vida pastoral e econômica; outro elemento partilhado versa do apoio aos sacerdotes ao longo desse tempo marcado de dor, isolamento e mortes; O processo de escuta para a Assembleia Eclesial para a Igreja na América Latina e Caribe; a abertura de processo de reconhecimento do martírio do Padre Josimo e os trâmites processuais para a criação da diocese de Araguaína.

A reunião do CONSER caracteriza-se como um espaço de reflexão em que os bispos podem expressar sua impressão sobre os assuntos elencados na pauta a partir da realidade de cada Igreja particular. É ainda um espaço de comunhão no qual os pastores das diversas Igrejas particulares podem estreitar os laços de comunhão e fraternidade entre si e entre as 7 Igrejas Particulares, dioceses e prelazia que hoje, compreendem o Regional Norte 3.

Processo de Escuta para Assembleia Eclesial.

Para Dom Adriano, bispo prelado de São Félix do Araguaia, o primeiro passo para esse processo de escuta é ler o documento orientador e ver quais são as indicações metodológicas para melhor responder às expectativas. Depois, mobilizar os agentes de pastoral para que se inteirem da realidade e as comunidades, os conselhos pastorais, as pastorais, as comunidades indígenas e ribeirinhas, todas as forças que são partes vivas da Igreja. Possivelmente ouvir também os não católicos, para que possam expressar suas expectativas em relação à Igreja na América Latina e no Caribe. Essa Assembleia tem como perspectiva um caminho de Igreja que vai até 2031. O Papa Francisco reiteradamente insiste que a Igreja retome o caminho sinodal. Uma ação de todos os batizados e batizadas, porque a missão de testemunhar a Cristo, não é uma tarefa só do clero e dos religiosos, mas de toda a Igreja como povo de Deus.

Na mesma perspectiva, Dom Queiroz, bispo de Cristalândia salienta que na inspiração dada ao Papa Francisco, percebida em seus pronunciamentos e documentos, tem promovido e criado espaços de escuta.

A Igreja para caminhar precisa ouvir os seus membros, que não são somente os bispos e padres, mas é o conjunto de todo o povo de Deus. Nessa perspectiva de escuta, o papa apresentou esse projeto de uma Assembleia Eclesial para Igreja da América Latina e do Caribe. Em outubro, teremos um documento preparado nas bases. Vai-se debater, e a partir dali surgirá um novo documento com orientações da Igreja. Um espaço de partilha das ideias e projetos de Igreja.

Dom Pedro recorda que o próprio nome já está dizendo, não é uma assembleia episcopal, presbiteral, diaconal ou laical. Por isso, o nome é Assembleia Eclesial. Quando se usa essa denominação, inclui-se todos os cristãos católicos; todos os batizados são Igreja, e fundamentalmente essa Assembleia quer fazer uma releitura da Assembleia de Aparecida, da Conferência de Aparecida.

Pe. Josimo, nasce um santo mártir no Tocantins.

Outro assunto da pauta da reunião foi o processo de reconhecimento do martírio do Padre Josimo. Dom Giovane, Bispo de Tocantinópolis, diocese a que pertencia o Padre Josimo, apontou que o referido sacerdote foi ordenado e exerceu seu ministério presbiteral em um período bastante desafiador na região do Bico do Papagaio, devido aos conflitos agrários entre pequenos produtores, posseiros e fazendeiros da região. O seu comprometimento como os pequenos e pobres produtores fez com que em 10 de maio de 1986, fosse assassinado enquanto subia as escadarias da sede da CPT, em Imperatriz. Pe. Josimo teve um ministério curto, sete anos apenas, porém, tal brevidade foi suficiente para fazer a diferença no clero e na Igreja de Tocantinópolis. Iluminado pela fé, pela Palavra de Deus e pelo amor comprometido com os pobres, entregou a vida por amor aos mais fracos.

De acordo com Dom Giovane a comunidade reconhece Padre Josimo como um mártir da fé, da terra e das águas, um mártir da justiça. Durante o sínodo para Amazônia, junto com Dom Wilson, bispo de Imperatriz, Dom Giovane apresentou ao Santo Padre o desejo de abrir o processo para o reconhecimento do martírio Padre Josimo, ao que o Papa Francisco respondeu, “peça a abertura do processo, peça logo.” Em visita ao túmulo do Padre Josimo, um grupo de bispos liderado por Dom Pedro Brito, Arcebispo Metropolitano de Palmas e presidente do Regional Norte 3, recebeu da comunidade local um abaixo assinado pedindo que a Igreja reconheça o martírio do Pe. Josimo.

Criação da Diocese de Araguaína

Segundo o Arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito, as Dioceses do Regional tem grandes extensões territoriais, embora o Estado de Tocantins ainda seja pouco populoso. As distâncias dentro das dioceses dificultam o bom e ideal atendimento às comunidades em uma região com fortes exigências missionárias.

Para Dom Pedro, o bispo deve sempre estar bem próximo do povo e o povo próximo do bispo. “Esse é o meu pensamento!” Dom Pedro assegura que a cidade de Araguaína tem a característica de agremiar o povo do Norte que nela busca apoio comercial, educação, saúde, e serviços diversos. De modo que esta cidade tem já um potencial para ser uma diocese, já congrega as pessoas.

Apoiador do projeto, o bispo de Miracema, Dom Philip Dickmans sugere que não se pode criar uma Diocese só por gosto ou comodidade; mas para atender às necessidades do povo. Salienta que, além de Palmas, há na região outras duas grandes cidades. A referência no Norte é Araguaína e no Sul, Gurupi.

Dom Philip recorda que o processe de criação da diocese de Araguaína é um desejo antigo e teve grande impulso com Dom Alberto Taveira, primeiro Arcebispo de Palmas. Recentemente o processo foi retomado com a apresentação do pedido ao Núncio Apostólico que recebeu a solicitação das mãos de Dom Philip e Dom Giovane, com a insistência das necessidades pastorais para uma nova diocese em Tocantins.

Fonte: Pe Fábio/ Arquidiocese de Palmas

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