Notícia

Estão à disposição os materiais em preparação ao Encontro de Santarém que poderão ser baixados, para fazer memória da caminhada, refletir sobre a encarnação da realidade e a evangelização libertadora, e as linhas prioritárias da Pastoral na Amazônia.

 

Por Luis Miguel Modino

REPAM- Brasil

Um encontro e um documento “que marcaram a presença pastoral e profética da Igreja na Amazônia”. Assim define Dom Roque Paloschi o acontecido em Santarém em 1972, algo que de 6 a 10 de junho, no mesmo local do encontro de 50 anos atrás, quer ser comemorado e celebrado.

Segundo o arcebispo de Porto Velho (RO), o encontro da Igreja da Amazônia brasileira quer “fazer memória e avançar para as águas mais profundas da ação evangelizadora à luz das experiências até aqui vividas como Igreja”. Para participar deste encontro, dentro de uma caminhada sinodal, o membro da Comissão Episcopal para a Amazônia, convida a participar da oração familiar, comunitária, pessoal.

Dom Roque Paloschi convida a “todos e a todas, seja os padres, os bispos, religiosos, religiosas, o povo de Deus, leigos e leigas, com espírito sinodal, para que façamos a escuta recíproca, assumamos a participação ativa e relancemos os caminhos para a Igreja e a ecologia integral na Amazônia”. Por isso anima às comunidades a rezar com a memória e a fortalecer a caminhada da Igreja na Amazônia.

Roteiro Celebrativo, Memorial, Documento de Santarém

No site da REPAM – Brasil estão disponíveis os materiais do encontro que acontecerá de 6 a 10 de junho em Santarém. Um deles é o Roteiro Celebrativo, que inclui 3 encontros que convidam as comunidades a fazer memória da caminhada, refletir sobre a encarnação da realidade e a evangelização libertadora, e as linhas prioritárias da Pastoral na Amazônia, fazendo um chamado a caminhar juntos.

Os encontros têm uma mesma estrutura, questionando o que quer ser celebrado, trazendo retalhos da história, algo que é iluminado desde a Bíblia. Também tem sido colocados testemunhos que mostram que Cristo aponta para a Amazônia e que Maria caminha com o povo, encerrando os encontros com o compromisso e oração final.

Os encontros ajudam a entender que os elementos presentes na sociedade brasileira 50 anos atrás, continuam, com concreções diferentes, ainda presentes hoje. Diante disso é questionado sobre o quanto essa história mudou, mas também até que ponto aconteceu um aprendizado com as profundas espiritualidades dos povos amazônicos, e sobre quanto o povo soube ouvir o clamor da Mãe Terra.

Seguindo o apelo de Santarém por uma evangelização encarnada e libertadora, o que foi relançado no Sínodo para a Amazônia, apontando para novos caminhos de ministerialidade e interculturalidade, os encontros celebrativos ajudam a “rezar com a memória e fortalecer a caminhada”, a descobrir a atualidade de Santarém e como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), estão buscando iluminações para concretizar tudo isso.

Entre os materiais disponíveis no site da REPAM-Brasil também está um memorial, que pretende oferecer uma dinâmica de leitura para que os participantes do Encontro percebam o dinamismo de Santarém e identifiquem os dinamismos necessários para a Igreja na Amazônia hoje: transbordar.

Um documento que além dos fatos históricos recolhe a vida das centenas de milhares de irmãs e irmãos leigos e religiosos, presbíteros e bispos que embrenharam-se nas matas, navegaram rio abaixo, rio acima, viajaram pelas estradas desse mundo desigual, levando a Palavra de Deus, fundando e organizando as comunidades eclesiais, vivas e participativas, proféticas e missionárias.

É uma história, iniciada em 1612, e perpetuada secularmente, de diferentes modos, e que nas últimas décadas tem sido marcada por uma volta maior aos problemas internos da região, mas também foi influenciada por acontecimento eclesiais em nível universal, que provocaram mudanças.

Os bispos da Amazônia buscaram caminhos em comum desde seu primeiro encontro, em 1952, em Manaus. Assim ao longo de décadas foram procurando como acompanhar uma realidade cada vez mais urbana, mas também o que acontecia no interior. O que tem acontecido desde a década de 1950, os diferentes encontros dos bispos da Amazônia e suas temáticas, aparecem no memorial, que tem como método o ver, à própria Igreja e ao redor, julgar, discernir e iluminar.

Podemos dizer que estamos diante de um instrumento que ajuda a aprofundar uma realidade que tem um valor histórico, mas também atual. Lembrar Santarém leva hoje à Igreja da Amazônia a sentir a necessidade de viver em estado permanente de missão, a ser Igreja em saída, a avançar para águas mais profundas, a assumir a defesa da vida, a ser uma Igreja que se organiza em comunidades, que desde os ministérios caminha em sinodalidade, que reconhece seu rosto feminino na Amazônia, que vive a inculturação e a interculturalidade, que é discípula da Palavra.

 

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