O bispo de Itacoatiara/AM, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, fez um chamado em uma das sessões do sínodo, nesta terça-feira, 9. “Eu propus que nós, enquanto Igreja, pudéssemos assumir a defesa intransigente da vida das pessoas, das comunidades, pastorais e movimentos sociais que assumem a defesa dos Direitos Humanos e socioambientais”, contou.

Dom Ionilton falou da criminalização e assassinatos de líderes e defensores do território, incluindo as comunidades tradicionais e os movimentos sociais. Também citou dados do caderno Conflitos no Campo Brasil – 2018, lançado pela Comissão Pastoral da Terra/CPT, os quais apontam que 51% dos conflitos no campo em 2018 se deram na região Norte do Brasil.

Outro aspecto dessa realidade de violência que os povos amazônicos e defensores dos Direitos Humanos estão inseridos, são os mais de 1100 assassinatos ocorridos entre 2003 e 2017 contra indígenas que defendem seus territórios. “Tentei mostrar que a Palavra de Deus nos mostra que Deus vê a opressão a seu povo, que ouve seus clamores e desce para libertá-lo. E que Jesus tomou a defesa da mulher adúltera, injustamente condenada à morte, e proclamou com muita clareza e veemência que veio para todos tivessem vida e vida em abundância”, destacou o bispo.

Como proposta, dom Ionilton indicou a defesa intransigente da vida e o fortalecimento ou a criação, onde não existe, de organismos que atuam na defesa dos territórios e dos Direitos Humanos, como o Conselho Indigenista Missionário/Cimi, a CPT e as Comissões de Justiça e Paz.

“Ainda propus que a gente pudesse fortalecer e criar uma pastoral para tratar da ecologia integral e pudesse assim promover o cuidado da casa comum nessa proposta do Papa Francisco de que tudo está interligado e também na defesa dessa proposta do Papa e que aparece no Instrumentum Laboris na segunda parte de que nós devemos ouvir o grito da terra e o grito dos pobres”, complementou.

O bispo ainda sugeriu um caráter profético para a Igreja na Amazônia, sendo aquela “que ouve os gritos e cantos de dor de nosso povo” e que “levante a voz diante dos projetos que afetam o meio ambiente, prejudicam os nossos povos e provocam a morte”. O desejo é também que a ação pastoral esteja também aliada aos que, nos movimentos sociais, também promovem a defesa da vida em todos os sentidos: “devemos nos tornar solidários com todas aquelas pessoas empenhadas na promoção da justiça e da paz”.

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