Comunidades atingidas por mineração estarão reunidas, a partir desta sexta-feira, 9, em Açailândia/MA. O encontro é promovido pelo Grupo de Trabalho sobre Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e será oportunidade de estabelecer diálogo entre as comunidades e a Igreja no Norte e Nordeste. O evento terá a participação do padre Dário Giuliano Bossi, assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil e organizador do livro “Igreja e mineração – em defesa da vida e dos territórios. Serão cerca 60 membros de comunidades atingidas por mineração no encontro, além de líderes de pastoral que acompanham essas comunidades, religiosas/os, padres e bispos.

Serão três dias de atividades, até o dia 11, reunindo pessoas das dioceses maranhenses de Imperatriz, Zé Doca, Coroatá, Caxias, Bacabal, Balas, Viana e Grajaú, as dioceses de Floriano e Picos, do estado do Piauí e a diocese de Marabá, do estado do Pará. Representantes de organizações sociais também foram convidadas.

O objetivo do encontro é “aproximar e sensibilizar” ainda mais a Igreja Católica à temática da mineração e os impactos negativos desse setor na vida das comunidades. O encontro oferecerá momentos de estudo da encíclica Laudato Si’, do papa Francisco, e da carta pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano/Celam, “Discípulos missionários custódios da Casa Comum”.

Dentro da programação está prevista uma visita à comunidade de Piquiá de Baixo, conhecida internacionalmente por sua luta contra a poluição gerada pelo polo siderúrgico e para reassentar as famílias do bairro longe das mazelas provocadas por esse setor. Para os organizadores, essa visita é importante, devido à simbologia que representa a luta de Piquiá de Baixo, que, para muitos, é um sinal claro de esperança e resistência ao modelo de desenvolvimento que viola direitos e a vida.

Também serão oferecidos espaços para que os participantes relatem como é a realidade de suas comunidades, promovendo uma troca de experiências e fortalecimento de laços entre pessoas que passam por situações de violações de direitos semelhantes. Cada diocese irá expor e partilhar símbolos, materiais impressos e vídeos, que retratam os modos de vida e conflitos enfrentados em cada localidade.

Para os missionários da paróquia de Santa Luzia, que recebe o encontro e tem na sua história um forte envolvimento em temáticas socioambientais, esse é um momento muito importante, por novamente reafirmar o compromisso com a vida, permanecendo ao lado do povo.

No domingo, quando se encerra o encontro, haverá uma celebração eucarística, às 11h, aberta ao público e com um almoço comunitário.

Também promovem a iniciativa a rede Iglesias y Minería e a rede Justiça nos Trilhos, com apoio da 350.org Brasil e da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS).

Com informações da Rede Justiça nos Trilhos
Foto de capa: Em defesa dos territórios/Marcelo Cruz

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