O Sínodo para a Amazônia chega à metade do percurso da assembleia sinodal, em Roma. Nesta quinta-feira, terá início a redação do documento final, após as considerações dos círculos menores, que estão sendo realizados hoje e amanhã. Durante o briefing, a entrevista coletiva à imprensa, desta quarta-feira, 16 de outubro, o secretário da Comissão de Informação do Sínodo e o prefeito do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé falaram sobre os temas e novas propostas de trabalho, como a de “retomar o impulso profético”.
Em resumo, os temas que ganharam destaque nesta quarta-feira foram a Amazônia como casa comum, terra para respeitar a criação e para conversão ecológica que exige rápida resposta. A interculturalidade e o chamado missionário à Igreja, que também deve ser profética. Ainda foi destacado dos assuntos o direito do povo de Deus aos sacramentos, o papel das mulheres e dos leigos, pastoral vocacional e acesso ao ministério ordenado.
O secretário da Comissão para a Informação, padre Giacomo Costa, sublinhou ainda que ontem ocorreu uma chamada aos participantes da assembleia: “não devemos dividir o sínodo”. A ideia é “retomar um impulso profético, deixando espaço ao Espírito Santo, para não perder a visão de conjunto”, afirmou o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Rufini.
O padre Giacomo fala da mudança de metodologia, já prevista para este momento do sínodo, após as congregações gerais, como um salto de qualidade. Numa dinâmica espiritual, “o que não é fácil de se captar”, os participantes vão aprofundando as discussões nos grupos menores sempre na perspectiva de cuidado pastoral da Amazônia.
“A imagem bíblica que apareceu foi a do cego Bartimeu, que atira o próprio manto para ir ao encontro de Jesus, comparou Costa ao ressaltar a proposta de “largar as próprias seguranças que podem ser as próprias ideologias”, e ter, como assembleia, a “abertura ao Espírito”. “Se ficarmos presos nos conflitos, nos perdemos do sentido de sinodalidade e de unidade profunda que somos chamados”.