Nesta segunda-feira, 28 de junho, a Rede Eclesial Pan-Amazônica REPAM-Brasil e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) visitaram o acampamento Levante pela Terra e prestaram solidariedade e apoio aos indígenas acampados em Brasília.
Pela REPAM-Brasil participaram a diretora executiva, Ir. Maria Irene Lopes, e o coordenador de articulação, Paulo Henrique Martins. Pela CNBB participaram o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Vicente Ferreira, o arcebispo de Porto Velho e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Roque Paloschi, e o assessor político da CNBB, padre Paulo Renato Campos.
Eduardo Cerqueira, secretário executivo do Cimi, deu as boas-vindas aos bispos e agradeceu a presença, apoio e o “compromisso da CNBB com os povos indígenas”.
Dom Joel Portella Amado se solidarizou com a causa e afirmou que o acampamento é sinal de resistência e coragem. O secretário-geral da CNBB questionou “que Brasil, afinal de contas, nós precisamos, queremos e pelo qual batalhamos?” e afirmou que a situação é uma “questão de Estado e de país”.
Representando a Comissão Episcopal de Ecologia Integral e Mineração, dom Vicente Ferreira, afirmou que estar ao lado dos povos indígenas é estar ao lado da vida. “Nesse momento em que os projetos de morte são muito claros e os de vida também não tem como ficarmos em dúvida na hora da opção porque Deus vai exigir de nós: de qual lado você estiver no da vida ou da morte. E aqui tem vida”, ressaltou o arcebispo de Belo Horizonte.
“Cuidem-se, mas lutem muito porque esses projetos que estão aí em pauta, sobretudo de mineração nas terras indígenas, são de morte”, dom Vicente Ferreira.
Dom Roque Paloschi agradeceu o caminho de resistência e pelo aconchego da esperança e sonhos do bem-viver e afirmou que “os povos são protagonistas da sua história”. O bispo também ressaltou que a CNBB nunca se omitiu e sempre esteve ao lado dos povos indígenas.
“Nós vamos continuar gritando que a causa indígena é de todos nós. É vossa, mas é nossa também! Nós estamos nessas terras que são de vocês e que fomos ocupando criminosamente e destruindo tantos grupos e tantas etnias”, defendeu o presidente do Cimi.
Ir. Maria Irene Lopes parabenizou todas as mulheres e recordou a atuação feminina nas comunidades. “As mulheres são a força das comunidades e são elas que também cuidam da casa comum. Fico encantada de ver a presença das mulheres nas comunidades indígenas. Que vocês continuem tendo essa força e essa coragem”, salientou.
O assessor político da CNBB, pe. Paulo Renato, finalizou o momento pedindo força para que a Igreja continue firme apoiando a vida e lutando por ela para ser coerente com o Evangelho.
Levante pela Terra
Mais de 850 indígenas, de 48 povos de diversas regiões do país, realizam, desde o dia 8 de junho, o Acampamento Levante pela Terra em Brasília, onde protestam contra a agenda anti-indígena do governo Bolsonaro e do Congresso Nacional.
Entre as principais pautas estão a luta contra o Projeto de Lei (PL) 490/2007, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na última quarta-feira (23), contra a tese ruralista do “marco temporal”, que será votada no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 30, e pela proteção dos povos indígenas que vêm sendo ameaçados por ataques de garimpeiros, fazendeiros, madeireiros e outros grupos que atuam ilegalmente em seus territórios.
Comunicação REPAM-Brasil, com informações do Cimi.
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