Encerrou-se na manhã desta quinta-feira, 19 de agosto, o Encontro de Ecoteologia da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil. Na agenda do último dia, a programação trouxe o painel “Fratelli tutti e o Sínodo para a Amazônia: relações e intuições para a ecoteologia”, abordando o cuidado, diálogo e a fraternidade, e “Desafios e horizontes para a Ecoteologia no mundo contemporâneo”, refletindo sobre a crise ecológica.  

Ir. Afonso Murad, marista e doutor em Teologia, abriu o evento com o painel “Fratelli tutti e o Sínodo para a Amazônia: relações e intuições para a ecoteologia”, apresentando os elementos do Documento Final e da Fratelli Tutti. “O sínodo para a Amazônia foi um apelo e um compromisso das nossas Igrejas de promover uma evangelização encarnada e coerente, enquanto a Fratelli Tutti tem um apelo para superar o ódio”, ressaltou o assessor. 

Durante o diálogo, Murad refletiu sobre o bom samaritano e o estranho no caminho que, segundo o assessor, manifesta a opção fundamental para reconstruir o mundo ferido. “Francisco diz que o mundo está ferido e para enfrentar esse mundo ferido a única opção é sendo bom samaritano, que são aqueles que mostram iniciativas para refazer uma comunidade que está dilacerada”.  

“Incluir, integrar, levantar quem está caído”. (FT 77) 

O assessor, recordando a cena do bom samaritano, afirma que “aqueles que são saqueadores, que assaltam e ferem, tem como aliados secretos os que passam pelo caminho olhando para o outro lado. A indiferença é aliada da opressão, por isso, Francisco quer sacudir a gente para o tema da corresponsabilidade”, alertou o assessor.  

Ampliando a reflexão, a assessora da REPAM-Brasil, Moema Miranda, trouxe para o debate reflexões sobre tempos apocalípticos e a fraternidade universal e convidou os participantes a “revisitar as imagens desse tempo apocalíptico” e olhar de uma “maneira diferente para a nossa fraternidade universal”.  

A assessora sugere olhar para as imagens de Deus a partir do Apocalipse porque revela uma outra imagem de Deus e nos ajuda a se desprender dessa imagem já consolidada. Descrevendo o capítulo 4 de Apocalipse, Moema diz que a imagem de Deus que emerge desse lugar é uma imagem muito mais complexa e diversa e de um Deus muito menos definido. 

Para refletir sobre os desafios e horizontes para a Ecoteologia no mundo contemporâneo, Pe. Ricardo Castro falou dos desafios ao pensamento e a práxis do fazer Ecoteologia frente a crise ecológica.  

Durante o diálogo, o assessor falou sobre os fatores que contribuem para a falta de respostas eficazes às questões ecológicas. Entre elas o negacionismo, a relutância em tomar uma ação unilateral e o modo de vida consumista.  

Dorismeire Vasconcelos, liderança leiga da Diocese do Xingu, agradeceu a oportunidade de diálogo e considerou o evento um espaço de escuta importante. “Que importante ouvir essa solicitude de escuta, diálogo, ternura e potencialidade em comprometer-se em cuidar de nós, do outro e da criação no todo. Encontro Deus em tudo, e Deus está em tudo e em busca sempre em harmonia com toda sua criação conectados e interrelacionando-se”, afirmou. 

A diretora executiva da REPAM-Brasil, Ir. Maria Irene Lopes, agradeceu a participação de todos e destacou as palavras “diálogo, ternura e esperança”. “Que esses momentos sejam guardados e que essas falas nos ajudem a amazoninar nossas ações, ressaltou a diretora.  

Clique aqui e confira os materiais disponibilizados pelos assessores do encontro. 

Publicação

As reflexões, textos e artigos apresentados pelos assessores, convidados e participantes durante o Encontro de Ecoteologia serão organizados e reunidos numa publicação que será divulgada em breve pela REPAM-Brasil.  

Comunicação REPAM-Brasil  

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário