Cerca de 45 jovens brasileiros, venezuelanos e guianenses, de várias expressões juvenis, estiveram reunidos entre os dias 7 e 9 de junho no Centro Pastoral São Roque, no município Cantá, distante 33km da capital Boa Vista/RR, para um encontro com a equipe Juventudes, do eixo Formação e Métodos Pastorais da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM. Um dos resultados da atividade foi a criação de uma articulação das juventudes do Comitê da REPAM de Roraima.

O grupo, ligado ao eixo Formação e Métodos Pastorais do comitê local, terá um representante de cada segmento juvenil e se reunirá pelo menos uma vez ao mês. A próxima ação da REPAM Juventudes de Roraima é a participação no encontro que os jovens da Guiana Inglesa preparam ainda para esse ano. O relatório da formação realizada no último final de semana será apresentado para a coordenação da REPAM e ao bispo de Roraima, Dom Mário Antônio.

De acordo com o articulador local da REPAM Juventude, Natanael Carvalho, o encontro foi um marco para Diocese de Roraima, pois foi a primeira vez que conseguiram reunir diferentes rostos juvenis em um único espaço de debate e formação. “Marcaram presenças jovens migrantes, indígenas, venezuelanos, guianenses, urbanos, universitários, camponeses, do Movimento do Sem Terra/MST, movimento estudantil e jovens católicos – Pastoral da Juventude”, enumerou com satisfação.    Carvalho resumiu a atividade formativa como um encontro memorável que ficará para a história da Diocese. “Trabalhamos a temática de uma ecologia integral e direito por terra e trabalho, que são demandas prioritárias na vida do jovem”, argumentou o articulador.

Segundo a assessora do encontro e articuladora da REPAM Juventudes, do Eixo Formação e Métodos Pastorais, Lidiane de Cristo, a metodologia adotada durante o evento seguiu os passos da Laudato Si e suas categorias centrais: olhar amoroso, olhar cuidadoso e olhar esperançoso para com a criação, a justiça intergeracional, a educação para uma espiritualidade ecológica e a Casa Comum. “O resultado que esperamos é o fortalecimento desse coletivo diferente de jovens, com identidade própria de cada um, mas que se reúnem em torno de um tema central, a REPAM, porque ela traz um debate transversal sobre a ecologia integral e a casa Comum, dentro dessa lógica de trabalho em Rede”, esclareceu Lidiane.

Além dos jovens terem estudado a Carta do Papa Francisco, ‘Laudato Si’, foi apresentado o resultado das escutas territoriais realizadas para o Sínodo dos bispos sobre a Amazônia e os impactos na realidade social, ambiental, econômica e os principais desafios para promover o desenvolvimento sustentável da região. Os participantes foram divididos em grupos para aprofundarem o debate com foco na busca por soluções.

Para o bispo de Roraima, Dom Mário Antônio, a articulação das Juventudes é um elo importante da Rede, uma vez que é o presente e o futuro da Amazônia e do cuidado da Casa Comum, em todo o Planeta. “Tenho a certeza de que as forças juvenis poderão colaborar muito com a sua dinâmica e boa vontade. Ou seja, dinamizar a obra da criação e, ao mesmo tempo, possibilitar que o mundo seja mais humano, mais fraterno, mais cheio de vida, onde se contemplam o direito fundamental da pessoa humana”, destacou o bispo.

Mariá Machado, representante da Pastoral Universitária, mestranda em antropologia social na Universidade Federal de Roraima/UFRR, encara o encontro como um fim de semana de descobertas, onde tratou sobre a interligação entre os seres humanos, um dos temas que ela estuda no mestrado. “A minha contribuição é continuar com o trabalho após esse encontro. Já tivemos a formação, ou seja, a teoria, agora é partir para a prática sobre a educação ambiental, promovendo oficinas de mudanças”, frisou a estudante.

Para o representante do Serviço Pastoral do Migrande/SP, o jovem venezuelano Jesus Miguel Ortiz, também voluntário da Cáritas Diocesana de Roraima, o encontro foi um bom aprendizado. “Nesse encontro, abri mais os meus olhos para defender a Amazônia. Espero que haja mais encontros para partilhas, formação e diálogos na perspectiva de buscar formas de defender a nossa terra-mãe”, disse o jovem.

Joci Bento da Silva, representante do Conselho Indigenista de Roraima/CIR disse que o encontro provocou uma experiência nova que viverá a partir de agora e, consequentemente, levará tudo o que aprendi para o resto da vida. “A Laudato Si, para o meu entender, é respeitar mais sobre a terra, os povos indígenas e, sobretudo, valorizar mais a cultura indígena”, pontuou.

 

Com informações do Eixo de Comunicação da REPAM – Roraima

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