A Igreja na Amazônia já chega na reta final da preparação para o Sínodo Pan-amazônico convocado pelo papa Francisco para outubro de 2019. Durante o segundo semestre de 2018, uma intensa movimentação aconteceu para ouvir das comunidades os clamores dos povos e da floresta, com mais de 100 atividades de escuta. Para o arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM, cardeal Cláudio Hummes, este processo é uma “alegria” e uma “grande oportunidade” para os agentes envolvidos no processo em vista da Assembleia Sinodal.

Em mensagem dirigida aos membros dos comitês locais e assessores, o presidente da REPAM, cardeal Cláudio Hummes, ressaltou a felicidade com a forma que tem sido manifestado o interesse na participação no processo sinodal:

“Vocês que estão ali, no dia a dia, no trabalho, e tendo a alegria de se encontrar com o povo, com os indígenas, com o povo ribeirinho, esse povo muitas vezes esquecido, sofrido, abandonado, injustiçado, explorado. Vocês estão tendo essa grande oportunidade de estar aí, juntos, e este povo está podendo sentir que, através de vocês, a Igreja está querendo escutá-los, seus sonhos, sofrimentos, reivindicações”.

Até o mês de dezembro de 2018, já foram realizadas, no Brasil, 19 assembleias territoriais, que são os encontros de escuta promovidos pela REPAM-Brasil, em parceria com regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB, dioceses, prelazias ou organismos da Igreja, com agenda de dois dias de trabalho. Outras duas assembleias ainda estão previstas. Todos os estados da Amazônia Legal já receberam estes encontros.

Outras atividades que fizeram parte deste processo foram as Rodas de Conversa. Estes encontros menores atingiram 57 grupos em toda a Amazônia brasileira. Foram escutados diversos atores amazônicos, como comunidades indígenas, agentes de pastoral, conselhos, congregações religiosas, ribeirinhos e extrativistas.

Considerando toda a Pan-Amazônia, são cerca de 120 eventos relacionados à preparação ao Sínodo, entre assembleias e rodas de conversas realizadas e/ou programadas na Bolívia, no Brasil, na Colômbia, no Equador, na Guiana, em Honduras (fora da Pan-Amazônia, mas reunindo uma das entidades fundadoras da REPAM), no Peru e na Venezuela.

Todas as contribuições serão sistematizadas no mês de fevereiro, em Brasília, quando será preparado o material a ser enviado à Santa Sé. No Vaticano, a Secretaria do Sínodo procederá com a construção do Instrumentum Laboris, o texto de trabalho da assembleia sinodal.

Para o arcebispo emérito de São Paulo, os agentes envolvidos nas atividades da REPAM devem acolher esta “grande graça que Deus dá” e deseja que continuem realizando o trabalho que “temos certeza que terá muito efeito, muita acolhida também depois do Sínodo”.

O Sínodo
Assembleia Sinodal Especial foi convocada pelo papa Francisco, em 2017, com o objetivo de identificar novos caminhos para a evangelização da porção do Povo de Deus, localizada na Pan-Amazônia, especialmente dos indígenas, “frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.

Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” é o tema escolhido para reflexão no mês de outubro de 2019, em Roma.

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