Foto: REPAM-Brasil/Luiz Lopes Jr.

O encontro de teólogos e teólogas, realizado nesta semana, em Brasília/DF, foi ocasião que favoreceu a reflexão e o embasamento teológico a partir das escutas sinodais realizadas em toda a Amazônia brasileira, no segundo semestre de 2018. Como resultados, elencados em sete pontos-chave, ideias para auxiliar os assessores que participarão da construção do instrumento de trabalho do Sínodo para a Amazônia, o Instrumentum Laboris, e a projeção de uma revista da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil com as reflexões teológicas suscitadas na reunião.

“Muitas comunidades de toda a Amazônia se empenharam para fazer a escuta do sínodo e agora a REPAM está tentando articular, num

Dom Evaristo Spengler | Foto: REPAM-Brasil/Luiz Lopes Jr.

aprofundamento teológico, toda essa contribuição que veio das comunidades, paróquias, dioceses, prelazias”, explica dom Evaristo Spengler, bispo da prelazia de Marajó/PA, que participou do encontro. Outro bispo que esteve presente foi o arcebispo de Porto Velho/RO, dom Roque Paloschi.

Pontos de Reflexão

Os sete pontos-chave das reflexões dos 18 teólogos e teólogas participantes do encontro estão presentes no Documento Preparatório do Sínodo para a Amazônia. Foi a partir do que foi levantado como respostas ao questionário que o grupo destacou:

 

  1. Defesa da vida, dos direitos e dos territórios na Amazônia, terra em disputa
  2. Participação e protagonismo das mulheres na Igreja
  3. Uma Igreja com rosto indígena e ribeirinho
  4. Criação de novos ministérios, sua formação e organização
  5. Os contextos urbanos na Amazônia: desafios e urgências para uma Igreja em saída
  6. Formação teológico-política do clero e dos leigos/as na Amazônia
  7. A comunicação desde a Amazônia

 

Padre Dário Bossi | Foto: REPAM-Brasil/Luiz Lopes Jr.

Padre Dário Bossi, um dos assessores da REPAM-Brasil, – que coordenou o encontro ao lado de outra assessora, Moema Miranda – explica que este processo em vista do sínodo tem um método latino-americano, no qual a teologia é um segundo momento do processo de reflexão. “O primeiro é a escuta humilde das comunidades. Ali, se pergunta quais as intuições do povo”, explica, recordando também o ensinamento do papa Francisco em acolher “o instinto de fé” dos fiéis. A Teologia, neste sentido, pode “consolidar e dar suporte ao que está na vida direta do povo”.

Com essa proposta, os padres Peter Hughes e Paulo Suess, designados para participar da reunião pré-sinodal, poderão contar com uma leitura teológica da riqueza do bioma Amazônico, dos saberes e da diversidade dos Povos, suas lutas por uma ecologia integral, seus sonhos e esperanças. Esta contribuição, deve auxiliar na construção do instrumento de trabalho do Sínodo.

Outro resultado do encontro é a proposta de uma revista com as reflexões dos teólogos acerca dos assuntos englobados nos sete pontos-chave debatidos na reunião. Esta publicação, de acordo com padre Dário, tem dois destinatários: as pessoas que estarão no sínodo, em outubro, e todas as comunidades escutadas, “que têm o direito de retorno” daquilo que foi partilhado. A publicação fará a conexão com os gritos e riquezas apontados nas escutas realizadas em toda a Amazônia e, num processo continuado após o Sínodo, ajudará a pensar quais são os pontos que podem ser devolvidos às comunidades no pós-sínodo, com uma reflexão bíblico-teológica.

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