Contemplar a realidade de fronteiras, ter presente as dores enfrentamos nestas regiões e identificar as esperanças que fazem o povo e a Igreja caminharem. Esta motivação guiou o encontro com representantes das fronteiras da Pan-Amazônia, realizado entre os dias 11 e 13 de fevereiro, em Tabatinga/AM, na tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Peru).

O encontro teve como objetivo fazer uma reflexão sobre as fronteiras amazônicas no contexto do Sínodo Especial para Amazônia, a partir do documento preparatório. Com perguntas sobre a fronteiriça, foi possível avaliar e projetar o eixo Igreja de Fronteiras da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e os diversos aspectos da dinâmica e caminhada da região.

Irmã Rose Bertoldo, do comitê local da REPAM-Brasil em Manaus, cita algumas das grandes problemáticas das regiões das fronteiras que foram visibilizadas durante o encontro: “a questão da mineração, as violências nos territórios e mais voltadas para a questão da drogadição, do feminicídio, da migração forçada, do assassinato de jovens as explorações sexual e laboral, bem como o tráfico de pessoas”.

Diante dos desafios que se apresentam, irmã Rose destaca a necessidade de “ações bem específicas”, como conhecer e cuidar da realidade, articular e coordenar as ações em conjunto. Assim como o planejamento estratégico da REPAM-Brasil propõe, uma das prioridades é fortalecer as redes de enfrentamento ao tráfico de pessoas e exploração sexual “para fazer frente a essa realidade de morte”. A partir do reforço no trabalho destas redes que já existem, a ideia é organizar todo o trabalho de prevenção e de visibilidade dessas realidades para poder coibir o acontecimento de tráfico e explorações.

O grupo reunido em Tabatinga também apontou como trabalho específico a incidência com os povos indígenas, tradicionais, as comunidades ribeirinhas. O grupo ainda pretende ter uma atenção especial à questão dos migrantes nessas regiões fronteiriças onde os fluxos são maiores, explica irmã Rose.

“Com isso a gente fortalece toda a questão do trabalho da mobilidade humana. Um destaque importante é a participação de vários atores das fronteiras que também se dispõem a dar continuidade nesse processo de articulação do trabalho”, destaca a religiosa.

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