O Encontro reúne delegados de organismos internacionais e representantes da Repam no Peru, Bolívia, Brasil, Equador, Colômbia e Venezuela
*REPAM-Brasil com informações de Paola Calderón
No primeiro dia, as reflexões foram orientadas para a presença da Igreja diante da violação dos direitos humanos, coletivos e naturais. O momento de espiritualidade serviu para motivar a ligação dos participantes com a terra; trazendo à mente a realidade dos territórios e o sofrimento do seu povo.
Estruturar e definir as ações do Núcleo de Direitos Humanos e Incidência da Rede Eclesial Pan-Amazônica REPAM é o objetivo da reunião, que ocorre entre os dias 6 e 7 de novembro, em Florencia, na Colômbia. O encontro reúne delegados de organismos internacionais e representantes da REPAM no Peru, Bolívia, Brasil, Equador, Colômbia e Venezuela. Pela REPAM-Brasil, participam a articuladora territorial, Dorismeire Vasconcelos, e o assessor jurídico e de incidência política, Melillo Dinis.
Na ocasião, os participantes realizaram um exercício de escuta e diálogo entre lideranças, conhecedoras dos processos vividos em cada território e dispostas a compartilhar suas realidades, aprendizados e desafios; Juntam-se às entidades que, pela sua missão, se comprometem a acompanhar e apoiar estes e muitos outros processos pastorais no continente, avançando um processo de discernimento sobre as ações que devem fazer parte do futuro da Rede.
O núcleo de Direitos Humanos da REPAM reúne-se uma vez por ano e nesta ocasião conta com a presença de porta-vozes de organizações como Cáritas Española, Manos Unidas, Alboan e Maryknoll.
Durante o primeiro dia, as reflexões foram orientadas para a presença da Igreja diante da violação dos direitos humanos, coletivos e naturais. Um caminho com diferentes marcos que o tempo determinou em ações que constituem a memória de uma organização que, como a REPAM, colocou as comunidades no centro, porque é preciso valorizar os proprietários ancestrais do território e seus esforços. Para se organizar; ajudando a reivindicar aqueles que, em muitas ocasiões, foram deslocados das grandes estruturas ou daqueles lugares onde são tomadas as decisões que afetam a todos.
Para definir as ações do próximo período do Núcleo na Repam é necessário avaliar os processos que fazem parte de suas iniciativas. Uma delas é a Escola de Direitos Humanos , depois estão os Relatórios Pan-Amazônicos elaborados pelos países do bioma e os avanços alcançados em termos de incidência internacional. Temas analisados na primeira parte do encontro.
Além dessas atividades, a agenda deste dia 6 de novembro contou com um espaço de oração e contemplação. Uma oração vivida a partir de uma perspectiva pessoal e grupal. Ximena Vizcaíno, religiosa da congregação das Irmãs. de Nossa Senhora da Paz e membro da equipe itinerante, propôs aos presentes o texto do livro do Êxodo: “Tirem as sandálias porque o chão em que pisam é santo” (Êxodo 3,5).
Lily Calderón, coordenadora da Escola de Direitos Humanos da REPAM, explicou que “de vez em quando eles se encontram e têm grandes expectativas porque muitas pessoas no território reservaram um tempo em sua agenda para vivenciar pessoalmente este momento. A ideia é promover a união, pensar a partir de experiências passadas e erros cometidos. Trata-se de propor as respostas que devem ser dadas às necessidades do território, sem esgotar os esforços de luta que as comunidades e os seus líderes têm feito, porque muitos podem sentir cansaço face à infinidade de espaços e promessas.
Assim, “desde o seio dos Direitos Humanos procuramos tornar visível a sua voz para que a sua realidade seja mudada, para que se sintam acompanhados e percebam que toda a sua luta não é em vão e é possível acabar com estes abusos”.
O primeiro dia da reunião do Centro de Direitos Humanos e Defesa Política da REPAM terminou com um trabalho de grupo que analisou as aprendizagens, aspectos a melhorar e desafios inerentes ao seu trabalho, que segundo a realidade de cada país tem características diversas.